O superintendente do Sistema OCB/MT (Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado de Mato Grosso), Frederico Azevedo, participou do 2º Ciclo de Debates Sinop, realizado na última quinta-feira (24) pela TMA Brasil, entidade que congrega profissionais da área de recuperação de empresas.
Azevedo integrou o painel que discutiu a "Recuperação Judicial (RJ) no Agronegócio", abordando o impacto das recuperações de crédito. Na mesa de debates, ele compartilhou suas perspectivas ao lado dos advogados Max Ferreira Mendes e Marco Mestre Medeiros, além da consultora empresarial Lívia Gavioli.
Durante sua participação, Azevedo apresentou os números de recuperações judiciais e enfatizou a importância de discussões como a promovida pela TMA Brasil, onde ressaltou que tal reconhecimento é fundamental para garantir a segurança jurídica necessária ao desenvolvimento sustentável do agronegócio mato-grossense.
"Acreditamos que o debate, como o que tivemos aqui hoje, é essencial para construir um entendimento de que a recuperação judicial poderá criar um risco sistêmico para todo o crédito do agronegócio, pela absoluta falta de previsibilidade das recuperações para credores e para o próprio proponente da recuperação", afirmou Azevedo.
O alerta foi dado diante da preocupação de todos os integrantes do sistema de crédito pela falta de previsibilidade financeira com instituições financeiras, cooperativas, multinacionais e os próprios produtores que são penalizados pelo não recebimento de crédito e de produtos, além de um viés de aumento do custo de taxa de juros e maior controle do Banco Central para operações de crédito via Resolução CMN 4966/2021.
"Na prática, os próprios produtores estão com medo de depositar produtos em empresas ou fazer negócios pela imprevisibilidade de recebimento futuro de produto ou mesmo dos insumos, sendo que quanto aos fornecedores de crédito, esses acabam tomando um cuidado extra no fornecimento de crédito. Ou seja, as recuperações judiciais acabam custando mais caro para todos, inclusive para produtores e comerciantes que nada têm a ver com a RJ, porque a percepção de risco aumentou e muito", afirma Azevedo.
Um ponto bastante abordado no encontro foi a necessidade de melhoria dos processos de governança e gestão de empresas, temas esses que as cooperativas ligadas ao Sistema OCB/MT têm um foco bastante reconhecido pelos programas de Autogestão do Sescoop/MT.
Ele também reiterou o compromisso do Sistema OCB/MT em acompanhar de perto e influenciar essa discussão, visando sempre o melhor para as cooperativas e seus cooperados no estado.